quarta-feira, 29 de junho de 2011

Da autorização à homologação: Entenda o processo de realização dos concursos

Para quem se prepara com a devida antecedência, não existe nada mais desgastante do que os boatos relativos à formalização ou não de um concurso desejado. No entanto, quando conhecemos o processo de realização dos certamos, boa parte do sofrimento provocado pela onda regular de boatos pode ser eliminada.

Na área federal, por exemplo, tudo começa com um pedido de autorização, feito pelo órgão interessado para realização de concurso ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Exemplo: a Receita Federal do Brasil pede autorização ao MPOG para realizar concurso visando à contratação de 1.000 auditores-fiscais.
Em regra, nos estados e no Distrito Federal, quem autoriza concursos são os governadores, e nos municípios, os prefeitos.

A análise do MPOG, em geral, demora meses. Às vezes, mais de um ano se passa entre a data do pedido e a autorização. Além do mais, devido às restrições orçamentárias ou políticas, o ministério do Planejamento nem sempre aprova um concurso com o número solicitado de vagas. Há casos em que são liberadas menos de 50% das vagas solicitadas. Em situações extremas, o pedido pode ser rejeitado.
Portanto, antes da autorização do MPOG, não se deve dar muita importância quando os responsáveis pelo órgão ou entidade que solicitou o concurso, ou mesmo a mídia "especializada", fazem previsões relacionadas ao cronograma do processo de seleção. Por mais que eles tenham boa-fé, dificilemnte acertarão as datas, até porque no setor público, as coisas andam mais lentamente do que gostariamos ("princípio da morosidade do ato administrativo").

Autorizado o concurso, praticamente temos a certeza de que ele será realizado, pois dificilmente a entidade que o solicitou deixará de promovê-lo, salvo casos excepcionais. Desse modo, a partir da sua autorização, podemos tratar um concurso como prioridade. Vale dizer, este é o momento mais adequado para começarmos a nos dedicar especificamente a determinado concurso.

Após a autorização, o órgão que solicita e promove o processo seletivo deve contratar uma instituição organizadora de concursos para gerir o certame. Em seguida é publicado o edital, trazendo as regras do jogo e programa das disciplinas que serão exigidas. As inscrições tem início. O tempo entre o edital e a prova costuma ser muito curto (de dois a três meses). Logo, começar a estudar especificamente para determinado concurso apenas a partir do edital não é uma boa estratégia.

Aplicadas as provas, abre-se o prazo para as reclamações, perante a instituição organizadora, quanto a possíveis falhas na formulação de questões. Como quem examina os "recursos" é a própria banca examinadora que elaborou as quetões, não devemos ficar muito animados com a possibilidade de anulação. Também podemos reclamar à justiça, mas para isso é preciso contratar um advogado.

Depois da apreciação das reclamações na instância administrativa, publica-se o resultado final com a lista dos aprovados. Passados alguns messes, o concurso é homologado, ou seja, tem sua validade reconhecida.

A convocação de candidatos aprovados deve observar a rigorosa ordem de classificação.

O prazo de validade do concurso, previsto no edital, é contado a partir da data da homologação.

A justiça tem entendido que a realização de novo concurso dentro do prazo de validade de concurso anterior dá ao candidato aprovado neste, ainda que fora do seu número de vagas, o direito de ser convocado, observando o número de vagas do novo concurso. Logo, durante o prazo de validade de concurso anterior, não se pode levar a sério qualquer boato de realização de novo concurso.

Em resumo, em quanto espera a realização de um concurso, o concursando que está de fato decidido a conquistar uma das vagas deve continuar estudando e não se deixar levar pelos boatos. Como a contratação para o serviço público depende de concurso, mais cedo ou mais tarde o edital sai.

No próximo post falaremos sobre "Organizadora de concurso e banca examinadora".

Fonte: Manual dos Concurseiros. Ricardo J. Ferreira - Editora Ferreira.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Fórmulas mágicas

A preparação para concurso não é fácil, requer muita dedicação, tempo de estudo e controle emocional. Que o digam candidatos que levaram anos até conquistar sua vaga.
Não há fórmulas mágicas para a aprovação, que depende proporcionalmente o quanto estamos dispostos a estudar. Existem, sim, formas de encurtar o caminho.
Primeiro, não devemos estudar para vários concursos ao mesmo tempo. É melhor escolher uma área e nos dedicarmos as suas matérias básicas. Cada concurso tem matérias específicas. Por isso, quando estudamos para todos eles, acabamos não nos preparando bem para nenhum. Também precisamos obter informações sobre o cargo e as funçoes que pretendemos exercer e sobre a entidade/órgão realizador do concurso. Para manter o foco é preciso vermos utilidade no que estamos estudando, aprender, e não simplismente decorar.
Uma vez escolhido nosso objetivo, chegou a hora da preparação. O material de estudo é muito importante, pois, na maioria dos casos, estudaremos matérias que nunca vimos na vida. Por exemplo, quem é formado em comunicação e quer conquistar uma vaga em algum tribunal, terá de se adaptar ao estudo do Direito. Por isso, o material deve ser de linguagem simples e objetiva, além de ter conteúdo abrangente.

Cuidado! Evite resolver questões sem gabarito.

Na hora de escolher os livros e apostilas, devemos percorrer o índice para ver se todo o conteúdo programático pedido no edital é abordado. Questões comentadas de provasanteriores e exercícios são muito importantes.

Devemos testar nossos conhecimentos através de exercícios e simulados. Boa parte deste material pode ser encontrado, de graça, em sites para concursos.

No caso de quem não é autodidata, é preciso cuidado na escolha do curso. Temos de pesquisar sobre os professores que vão ministrar as aulas. É importante estudar com quem já tem experiência em concursos e está a bastante tempo no mercado. Com atenção nesta dica, podemos economizar tempo e dinheiro.

Não devemos desprezar a leitura de jornais e revistas, pois isto nos auxilia na resolução de questões que exigem conhecimentos gerais e serve para percebermos se o que estamos estudado se aplica ao dia a dia.

Por último, cabe-nos reservar algumas horas por dia para o lazer. Distrair a mente ajuda a preparar a mente para os estudos, enquanto insistir em estudar cansado facilita o esquecimento. Não é bom estudar tudo de novo diversas vezes, não é mesmo?
Rserve um dia por semana, ou pelo menos metade dele para relaxar.

No próximo post falaremos sobre "A homologação dos concursos".

Fonte: Manual dos Concurseiros. Ricardo J. Ferreira - Editora Ferreira.

Horas de estudo por dia

O tempo diário varia muito, conforme o perfil do candidato. O importante é ter qualidade e não quantidade. Se por exemplo estudarmos por obrigação, sem nenhuma relação emocional com as matérias, pouco adianta ler por 10h ou 12h por dia. Nossa capacidade de registrar e relacionar de forma permanente no cérebroassuntos tão diversos torna-se mínima. Por outro lado, se nos dedicamos por 3 ou 4 horas por dia, mas o fazemos com paixão, envolvidos emocionalmente no estudo, quase tudo que estudamos é registrado de forma permanente em nossas mentes.

No próximo post falaremos sobre "Fórmuals mágicas".

Fonte: Manual dos Concurseiros. Ricardo J. Ferreira - Editora Ferreira.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Perfil do candidato a ser selecionado

Em tese existe um perfil bem definido de profissional que o poder público pretende selecionar. Trata-se de pessoa com iniciativa e capacidade de liderança, conhecedora das funções de seu cargo, hábil na gestão de pessoas e comunicativa, entre outras coisas. Todavia, na prática, a falta de critérios adequados no processo de seleção como consequência a escolha de pessoas que, em sua maioria, são atraídas apenas pela boa remuneração e estabilidade. Uma flagrante falha das bancas é focar as questões na capacidade de memorização do candidato, na decoreba.

É notório que algumas provas exigem mais adestramento do que raciocínio. Mas isso não garante que a melhor estratégia seja decorar, e não aprender. Quem aprende também memoriza, enquanto quem estuda apenas para decorar acaba não conseguindo resolver questões mais bem-elaboradas que fogem à decoreba. Portante, de uma forma ou de outra, temos de estudar para aprender. Isso não significa que devemos perder a abjetividade nos estudos, pois as questões em geral são de múltipla escolha e quantidade de matérias a estudar, parece nunca ter fim.
O segredo é estudar para aprender, mas não ficar divagando.

No próximo post falaremos sobre "Horas de estudo por dia".

Fonte: Manual dos Concurseiros. Ricardo J. Ferreira - Editora Ferreira.